Nos artigos anteriores da série sorgo, falei sobre o sorgo granífero e o sorgo-sacarino. Hoje, é dia de conhecer melhor o sorgo-vassoura.
O vegetal da família Graminae é originário do continente africano e tem entre 2 e 3 metros de altura.
Veja muito mais sobre o sorgo-vassoura nos parágrafos a seguir…
Os imigrantes europeus trouxeram a planta para o Brasil, e logo ela se espalhou pelo país. O nome já dá uma pista do que se trata: sorgo-vassoura é um tipo que tem como característica principal o cacho em forma de vassoura.
A panícula é a parte mais utilizada do sorgo-vassoura. É dela que é feita a palha da vassoura de sorgo, ou vassoura caipira, mais conhecida em São Paulo. Na década de 1930, havia 17 fábricas de vassoura de sorgo no estado, e parte da palha era importada de países como Argentina e Itália.
Mas a indústria da vassoura caipira perdeu força com a chegada da fibra sintética, quando as vassouras de plástico foram tomando conta do mercado.
No entanto, a produção da fibra e a técnica de produção ainda resistem em algumas localidades, mantidas principalmente por membros mais velhos de famílias. É o que acontece também no Rio Grande do Sul.
Embora não existam dados precisos sobre a fabricação das vassouras de sorgo em território nacional, em Tietê (SP), por exemplo, a atividade é mantida por mão-de-obra tipicamente familiar.
A vassoura de sorgo é considerada um produto da “tecnologia verde”, o que tem feito aumentar a procura por ela. Fora isso, os preços da palha e da própria vassoura estão subindo há anos.
Realizado da primavera ao outono, é um cultivo alternativo, ou seja, pode ser feito em pequenas áreas; requer mão-de-obra considerável; e rende mais por área que culturas convencionais.
Entenda para que serve o sorgo-vassoura
O sorgo-vassoura é conhecido em algumas regiões do Brasil por melga.
Seus grãos são separados para semente; o restante é socado em pilão para alimentação de animais. Já a palha é classificada e amarrada em fardos, sendo o método de fabricação de vassouras essencialmente manual.
Além dos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, as vassouras de sorgo também são produzidas em Goiás.
Experimentos feitos por lá indicam que a cultura da planta é facilmente adaptada à região do cerrado. E tudo indica que o plantio do sorgo-vassoura pode ser um excelente substituto do coqueirinho.
Os pesquisadores estão desenvolvendo novas variedades, como o sorgo-vassoura IAC 10V60 Tietê, cujas panículas de palha flexível alcançam 60 cm. Ou seja, são perfeitas para a confecção de vassouras caipiras, pois quanto mais longa a palha, melhor durabilidade ela apresenta.
Para os pequenos e médios produtores rurais, a vantagem do cultivo de sorgo-vassoura é sua agregação de valor.
O custo de produção de cada vassoura caipira é de R$6,00 a R$10,00, sendo que cada produto leva 600 gramas de palha de sorgo. O que justifica o interesse por materiais como esse.
A variedade IAC 10V60, por exemplo, é capaz de gerar aproximadamente 1,5 toneladas de palha seca por hectare – e pode ser cultivada em todas as regiões do Brasil.
Uma vantagem extra é que o sorgo-vassoura é uma planta rústica, não sendo necessária a aplicação de defensivos agrícolas em seu plantio.
E ainda: suas panículas costumam ter boa qualidade mesmo quando cultivadas em solos marginais com moderado suprimento de nutrientes, além de suportar bem monoculturas repetidas em uma mesma área.
Vantagens e utilidades não faltam quando o assunto é sorgo-vassoura…
No próximo post da série, você vai conhecer o sorgo forrageiro. Até lá!
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